“Uma criatura chegou a Tarker's Mills. A hora dela é agora, o lugar dela é aqui”, trecho do livro “A Hora do Lobisomem”, de Stephen King
O livro A Hora do Lobisomem, de Stephen King, teve sua primeira edição lançada em novembro de 1983 e abrange diversos gêneros da literatura, como terror, romance e ficção gótica. Em 2017, foi relançado pela editora Suma, que trouxe um novo design e nome para o livro. Como a maioria dos livros do escritor, considerado o “rei do terror”, o livro logo se tornou um sucesso mundial, encantando a todos com sua história aterrorizante e cenas tão detalhadas que era quase possível sentir a criatura ali, ao seu lado, soltando ar quente pelas narinas.
SINOPSE
"O primeiro grito veio de um trabalhador da ferrovia isolado pela neve, enquanto as presas do monstro dilaceravam sua garganta. No mês seguinte, um grito de êxtase e agonia vem de uma mulher atacada no próprio quarto. Agora, a cada vez que a lua cheia brilha sobre a cidade de Tarker’s Mill, surgem novas cenas de terror inimagináveis. Quem será o próximo? Quando a lua cresce no céu, um terror paralisante toma os moradores da cidade. Uivos quase humanos ecoam no vento. E por todo lado, as pegadas de um monstro cuja fome nunca é saciada. Um clássico de Stephen King, com as ilustrações originais de Bernie Wrightson”.
COMO LEITOR…
Como um leitor assíduo de Stephen King, a empolgação ao ler o livro foi do início ao fim. Diferente de outras obras bem conhecidas como O Iluminado ou Carrie, essa obra traz o diferencial de não ter um personagem bem desenvolvido. Temos o lobisomem e suas vítimas, mas apenas algumas são bem apresentadas aos leitores. O que, em minha opinião, não atrapalha em nada, pois o suspense apenas aumenta. E mesmo não se aprofundando em todos os personagens, King consegue passar uma visão tão real da personalidade de cada um, em poucas linhas.
Os capítulos são separados em meses, considerados o Ciclo do Lobisomem, título original do livro que, ao ser transcrito, mudou para o que conhecemos agora. A cada mês, o lobisomem faz uma vítima e a cidade fica horrorizada. Pessoas começam a ter pesadelos e delírios com a criatura, que fica cada vez mais sanguinária. Em meio ao caos, uma pergunta: quem é o lobisomem que aterroriza Tarker’s Mill?
Para tornar a experiência ainda melhor, o livro é repleto de ilustrações. Você não precisa apenas imaginar como o monstro é, ele está ali! Deixo o aviso: para quem se considera uma pessoa fraca, pode ter algum tipo de desconforto vendo as ilustrações, que são bem cruas e detalhadas. Para mim, não há dúvidas: a estrela do livro não é o lobisomem.
A cada mês que se passa, as coisas vão piorando, e quando a história chega no ápice, é quase impossível parar de ler. Cria-se dentro do leitor uma necessidade: quem é o lobisomem? E quando, em um momento totalmente inesperado, o autor nos apresenta a ele, em sua forma humana, dificilmente você conseguirá saber quem é antes de ser revelado. Mas quando vem a descoberta, vem junto o pensamento: “Como eu não percebi?”. E é isso que eu acho mais interessante. Somos enganados desde o início. Um livro simples, de poucas páginas. Uma leitura simples. Não vou coagi-los a ler em momento algum, apenas digo que é uma experiência válida. Se é um livro bom ou não, deixo para vocês mesmos descobrirem.
TRECHOS DO LIVRO…
“O lobisomem não é um conto de fadas, é um pesadelo que ganha vida sob a luz da lua”.
“Ninguém de Tarker’s Mills jamais esquecerá a noite em que o lobisomem chegou pela primeira vez”.
“Ele sabia que o monstro estava próximo, podia sentir a presença dele, uma sombra que se movia entre as árvores”.
“Os uivos do lobisomem eram uma mistura de agonia e triunfo, uma canção que ele cantava apenas para si mesmo”.
“A fera dentro dele clamava por sangue e não podia ser contida”.
“Às vezes, há coisas que é melhor não acreditar, mesmo que sejam verdadeiras”.
“O medo tem um gosto metálico, como o sangue”.
“O verdadeiro terror não está no que vemos, mas no que não podemos entender”.
CICLO ENCERRADO…
Com um final justo e certo, King não se aprofunda nas sequelas deixadas pela besta em toda a população da cidade. Mesmo indo embora, o sentimento é que ela continua ali. Para trazer uma imersão ainda maior, a editora Suma incluiu, nas páginas finais, ilustrações de artistas brasileiros, cada um com seu estilo e maneira de apresentar a história. Seria aquele o fim da besta? Talvez. Assim como o ciclo do lobisomem, esta resenha também chega ao fim.
Uma história instigante que, com certeza, vou adicionar à minha lista de leituras!