Jinrou: O Encontro das Feras celebra uma década de cosplays, K-pop e paixão nerd em Cascavel

De espadas de espuma a coreografias eletrizantes, o Jinrou celebra mais de 10 anos como o maior evento geek do Oeste do Paraná, unindo criatividade, diversidade e comunidade em uma festa que já ultrapassa fronteiras

Competidores de cosplay apresentando no palco do Jinrou, onde a criatividade é o grande protagonista | Crédito da foto: Arquivo Jinrou

Em Cascavel, no interior do Paraná, o Teatro Municipal Sefrin Filho  se transforma em um palco no mês de setembro para amantes da cultura nerd e geek em geral. Durante o  fim de semana,  personagens de anime desfilam em cosplays impecáveis, grupos de K-pop lotam de até transbordar as cadeiras do teatro de amantes da cultura sul coreana, as atenções se voltam coreografias sincronizadas, e competidores de League of Legends duelam para saber quem é o melhor. É o Jinrou: O Encontro das Feras, que há mais de uma década reúne esses consumidores da  cultura pop, consolidando-se como o maior evento  geek do Oeste do estado. Em 2025, a 9ª edição, marcada para 13 e 14 de setembro, promete celebrar 10 anos de história com mais de 10 mil visitantes nos dois dias, reforçando sua importância para a comunidade local e sua expansão para cidades como Francisco Beltrão, Toledo e, possivelmente, Pato Branco e Maringá, além das caravanas que são montadas de todos os lados,  como Curitiba, São paulo, Santa Catarina, entre outras.

O Jinrou nasceu em 2015, da paixão de amigos por RPG e cultura nerd, liderados por Henrique Pompeo e Yuri, e evoluiu de encontros modestos para um fenômeno cultural que atrai milhares de pessoas. “Começamos como um grupo de amigos que queria um espaço para jogar RPG e celebrar animes. Nunca imaginamos que se tornaria algo tão grande”, conta Henrique. Hoje, o evento é sinônimo de cosplay, K-pop, e-sports e board games, conectando gerações.

Inspirado por eventos como a Comic Con Experience (CCXP), Henrique Pompeo e Yuri decidiram criar um espaço para fãs de Cascavel viverem sua paixão. “Queríamos provar que o interior também tem espaço para a cultura nerd. Não era preciso ir a São Paulo para isso”, lembra Henrique. Em 2015, o evento ganhou um vídeo promocional no canal do YouTube do Jinrou, marcando sua profissionalização inicial.

Primeiro registro do grupo jinrou com Yuri luntinck e Henrique Pompeo, nas redes sociais anunciando o jinrou em 2015 | Crédito da foto: Arquivo Jinrou

Nos primeiros anos, o foco estava em RPG e board games, mas o evento logo abraçou cosplay, K-pop e e-sports. A edição de 2022, pós-pandemia, atraiu mais de 8.000 pessoas, com destaque para o campeonato de League of Legends narrado por Wellington Dallaqua, que começou como narrador de LoL e hoje é o cerimonialista oficial, anunciando cosplayers e atrações com carisma. Tiago Candido, que entrou em 2022 como responsável pela social media e artes visuais, trouxe um novo fôlego à divulgação. “Meu papel é fazer o Jinrou chegar a mais pessoas, com artes que capturam a energia do evento”, explica Tiago.

O Jinrou não se limita a Cascavel. Edições em Francisco Beltrão e Toledo já ocorreram, e há planos para alcançar Pato Branco, Maringá e outras cidades. “Nosso sonho é levar o Jinrou a todo o Paraná, mantendo a essência comunitária”, diz Henrique, que hoje foca na organização geral, mas já narrou LoL ao lado de Dallaqua.

Sunday dance team Grupo de K-pop que agita o público com coreografia impecável no Jinrou 2024 | Crédito da foto: Arquivo Jinrou

A criatividade brilha no evento  com destaque para os concursos de cosplay e K-pop. Os cosplays, divididos em categorias solo, dupla e grupo, são o ponto alto, atraindo competidores que passam meses confeccionando fantasias. “O cosplay é arte. Cada detalhe, desde a costura até a performance, reflete a paixão dos participantes”, explica Wellington Dallaqua, que narra as entradas com entusiasmo. Em 2024, mais de 100 cosplayers subiram ao palco, avaliados por fidelidade, originalidade e desempenho.

O K-pop, outro pilar do evento, é igualmente vibrante. Grupos e apresentações solo de cidades como Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu competem com coreografias inspiradas em BTS, BLACKPINK e outros ícones. “O K-pop no Jinrou é uma explosão de energia. Os grupos ensaiam por meses, e o público vai à loucura”, diz Tiago Candido. Em 2024, 20 apresentações de K-pop, entre solo e grupos, lotaram o teatro, e a expectativa para 2025 é ainda maior. Uma equipe dedicada, com staff exclusivo para o K-pop, garante a organização.

Os board games também têm espaço cativo, com salas temáticas para jogos como Dungeons & Dragons e Catan. Até 2024, essa área era liderada por Yuri Severo Moro, staff por nove anos, cuja morte no início de 2025 foi uma perda irreparável. “Yuri era o alma dos board games. Sua dedicação inspirava todos nós”, homenageia Henrique. Apesar da saudade, a equipe segue comprometida em manter vivo seu legado.

Yuri Severo Moro Responsável pelos boardgames onde as salas de jogos de mesa continuam em sua homenagem. | Crédito da foto: Arquivo Jinrou

O Jinrou vai além do entretenimento, impulsionando a economia e a cultura de Cascavel. Com mais de 10 mil visitantes nos dois dias, o evento atrai fãs de mais de 15 cidades paranaenses, lotando hotéis, restaurantes e o comércio local. Lojistas de produtos geeks, como mangás e action figures, e artistas independentes encontram no Jinrou uma vitrine. “Temos um espaço para expositores que fortalece pequenos negócios. É uma chance de conectar criadores e fãs”, diz Tiago.

A presença de atrações especiais, como os youtubers Irmãos Piologo nas primeiras edições e Tio Sun em 2024, eleva o evento. “Trazer o Tio Sun foi um marco. Ele interagiu com o público e trouxe um brilho especial”, conta Henrique. Para 2025, a equipe planeja convidados ainda mais impactantes, como dubladores e criadores de conteúdo.

O Jinrou também promove a inclusão. “É um espaço onde todos são bem-vindos, independentemente de idade, gênero ou origem. Vemos jovens tímidos se transformarem em líderes”, diz Wellington. Histórias como a de Marcos Paiva, de 19 anos, que venceu o cosplay em dupla em 2024 como Dipper (Gravity falls), ilustram o impacto. “O Jinrou me deu confiança para ser quem sou”, relata.

Manter um evento independente com mais de 10 mil visitantes é um desafio. A profissionalização de convenções como a CCXP aumenta as expectativas, exigindo inovação sem comprometer a acessibilidade. “Nosso maior obstáculo é financeiro. Dependemos de patrocinadores e ingressos, mas queremos preços justos”, explica Henrique. Em 2024, os ingressos custaram entre R$20 e R$50, garantindo acesso amplo.

A logística é outro desafio. O Teatro Municipal acomoda bem, mas o crescimento do público exige planejamento. A pandemia trouxe adaptações, com edições online em 2020 e 2021. “Foi difícil, mas aprendemos a alcançar pessoas além de Cascavel”, diz Tiago. Essas experiências fortaleceram a resiliência da equipe.

Para 2025, o Jinrou planeja uma edição épica, com arenas de swordplay, espaços de realidade virtual e convidados de peso. “Queremos celebrar 10 anos com uma experiência inesquecível, mantendo o foco em cosplay, K-pop e e-sports”, adianta Henrique. Parcerias com escolas e eventos como o Technovação visam expandir o alcance.

O Jinrou é mais do que um evento: é uma comunidade. “Recebemos mensagens de pessoas que dizem que o Jinrou mudou suas vidas. Isso nos dá força para continuar, mesmo com perdas como a do Yuri”, reflete Wellington. Para Tiago, o futuro é promissor: “O Jinrou mostra que a cultura geek do interior pode brilhar tanto quanto nas capitais.”

Com mais de 10 anos de histórias, conquistas e desafios, Jinrou: O Encontro das Feras prova que a paixão nerd transforma vidas e cidades. Para participar ou saber mais, acesse jinrou.com.br. “Traga seu cosplay, sua coreografia ou sua curiosidade. O Jinrou é para todos”, convida Henrique Pompeo.