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Espadas, mantos e valores: encontro DeMolay transforma Cascavel em arena de tradição e liderança

Atualizado: há 6 dias

Mais de 40 cidades participam do evento estadual da Ordem da Cavalaria, que une simbolismo medieval a experiências de formação moral e cidadã


Legenda: Coroa, espada e manto templário em cima da bíblia onde foi recitado hinos e orações no evento DeMolay | Foto: Arquivo Pessoal
Legenda: Coroa, espada e manto templário em cima da bíblia onde foi recitado hinos e orações no evento DeMolay | Foto: Arquivo Pessoal

Espadas de espuma cruzando o ar, jovens vestidos com mantos inspirados na Idade Média e uma energia coletiva guiada por valores como fraternidade, liderança e solidariedade. Foi nesse clima que Cascavel, no Oeste do Paraná, se transformou em palco para a 17ª edição do Encontro Paranaense da Ordem da Cavalaria (Epoc), promovido pelo Movimento DeMolay - organização internacional paramaçônica voltada à formação moral e cívica de adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos. Fundado em 1919, nos Estados Unidos da América, o movimento tem como missão desenvolver liderança, ética e responsabilidade social, inspirando-se nos ideais de Jacques DeMolay, último grão-mestre dos Cavaleiros Templários. No Brasil, presente desde 1980, a organização vem ganhando força em diversas regiões, especialmente em cidades como Cascavel, onde encontros como este reúnem centenas de jovens em atividades que mesclam tradição, cultura e filantropia. A programação do evento contou com oficinas, encenações, competições simbólicas e momentos de confraternização. Os participantes, divididos em equipes identificadas por cores como azul, vermelho e verde, mergulharam em experiências que celebraram a cultura templária e reforçaram vínculos de amizade, colaboração e valores compartilhados. Para os organizadores, iniciativas como essa impactam positivamente a educação não formal, promovendo senso de pertencimento e valorização das tradições culturais. José Garaluz, veterano com mais de 39 anos dedicados ao Movimento DeMolay, destaca a importância da organização na formação do caráter dos jovens.

“Ser DeMolay é abraçar um conjunto de valores que moldam o nosso caráter. Aprendemos sobre liderança, respeito, ética e serviço à comunidade. O movimento é uma verdadeira escola para a vida”, afirma.

Ele explica que, apesar de ser uma organização paramaçônica - ou seja, patrocinada pela Maçonaria -, os jovens não precisam ter vínculos com a instituição para participar.

“Qualquer jovem entre 12 e 21 anos pode se tornar um DeMolay. Aqui no Paraná, o processo é simples: basta acessar o site do Grande Capítulo do Estado do Paraná (GCE Paraná) e seguir as orientações para ingressar em um capítulo local”, orienta.

José Garaluz, um dos nomes mais experientes do DeMolay em Cascavel, compartilha sua trajetória e explica como ingressar no movimento. “Qualquer jovem entre 12 e 21 anos pode se tornar um DeMolay”, destaca | Foto: Arquivo pessoal
José Garaluz, um dos nomes mais experientes do DeMolay em Cascavel, compartilha sua trajetória e explica como ingressar no movimento. “Qualquer jovem entre 12 e 21 anos pode se tornar um DeMolay”, destaca | Foto: Arquivo pessoal

Durante o encontro, também foram promovidas ações de caráter filantrópico. A convivência entre os jovens incluiu atividades que estimulam o espírito de solidariedade e responsabilidade social.

“A filantropia é um dos nossos pilares. Ensinamos que ajudar o próximo é tão importante quanto o crescimento individual”, completa José.

Entre os destaques da programação estiveram oficinas de técnicas medievais, como arquearia e swordplay - prática de combate simulado com espadas de espuma. Um cuteleiro local também participou, apresentando ao público o ofício de forjar lâminas e resgatando, assim, um aspecto artesanal da tradição medieval. 


Jovem DeMolay demonstra concentração ao praticar arquearia, atividade cultural que resgata a tradição medieval | Foto: Arquivo Pessoal
Jovem DeMolay demonstra concentração ao praticar arquearia, atividade cultural que resgata a tradição medieval | Foto: Arquivo Pessoal
Márcio Cavalca, cuteleiro com mais de dez anos de prática, apresenta sua arte aos participantes | Foto: Arquivo Pessoal
Márcio Cavalca, cuteleiro com mais de dez anos de prática, apresenta sua arte aos participantes | Foto: Arquivo Pessoal

As competições animaram os participantes e exigiram habilidade, estratégia e trabalho em equipe. Provas como cabo de guerra e serramento de madeira com serrote em dupla mobilizaram as equipes e incentivaram a colaboração.

“Essas atividades não são apenas diversão. Elas ensinam sobre cooperação, planejamento e superação de desafios”, afirma Leonardo Sampaio, veterano do capítulo de Mato Grosso do Sul. “Essa edição foi uma das melhores de que participei. A energia dos jovens, a organização e a diversidade de experiências tornaram o encontro inesquecível”, completa.

Leonardo Sampaio, representante de Mato Grosso do Sul, enaltece a organização e a força do encontro estadual | Foto: Arquivo Pessoal
Leonardo Sampaio, representante de Mato Grosso do Sul, enaltece a organização e a força do encontro estadual | Foto: Arquivo Pessoal
Equipe verde dá tudo de si na competição de cabo de guerra, promovendo trabalho em equipe e espírito competitivo | Foto: Arquivo Pessoal
Equipe verde dá tudo de si na competição de cabo de guerra, promovendo trabalho em equipe e espírito competitivo | Foto: Arquivo Pessoal

Na noite do primeiro dia, o tradicional costelão ao estilo fogo de chão foi o ponto alto da confraternização. O prato típico do Sul do Brasil reuniu participantes em um jantar festivo. Adriano de Lima Batista, integrante do grupo cultural Jinrou - parceiro da organização -, conta que, mesmo sem ser DeMolay, sentiu-se parte da celebração.

“Foi incrível ajudar a tornar esse evento realidade. O costelão foi um momento de união, onde todos se reuniram para conversar e fortalecer laços. Mesmo não sendo do movimento, senti na prática os valores que ele promove”, relata.

Costelão ao fogo de chão é um dos momentos de maior confraternização do evento | Foto: Arquivo Pessoal
Costelão ao fogo de chão é um dos momentos de maior confraternização do evento | Foto: Arquivo Pessoal

A presença do grupo Jinrou trouxe ainda mais diversidade à programação. Convidados pela organização, os integrantes contribuíram com atividades como airsoft, boardgames e oficinas extras de arquearia. Fagner Niemes, que participou pela primeira vez de um evento DeMolay como colaborador do Jinrou, se surpreendeu.

“Eu não conhecia o movimento, mas fiquei contagiado com a energia. As atividades culturais, como o swordplay, me fizeram querer aprender mais sobre essa tradição. Foi uma experiência única”, comenta.

Membros da equipe azul em sessão de swordplay, simulando lutas medievais durante o evento | Foto: Arquivo Pessoal
Membros da equipe azul em sessão de swordplay, simulando lutas medievais durante o evento | Foto: Arquivo Pessoal

Adriano de Lima e Fagner Niemes, do grupo Jinrou,

aproveitam o evento enquanto colaboram

na organização | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Adriano, o Jinrou busca resgatar elementos históricos e lúdicos da cultura medieval.

“Nosso objetivo foi trazer experiências que conectassem os jovens à história de forma divertida e educativa”, explica.

Mais do que uma celebração estética ou uma viagem ao passado, o encontro em Cascavel reafirmou o compromisso do Movimento DeMolay com a formação de lideranças conscientes, éticas e engajadas com a comunidade. Para Leonardo Sampaio, essa é a essência do movimento.

“O DeMolay nos prepara para a vida. Ensina a sermos melhores cidadãos, a respeitar o outro e a agir pelo bem comum”, reflete.

O legado do evento se espalha entre os participantes. Para novatos como Fagner, foi a porta de entrada para uma organização que alia história, valores e amizade. Para veteranos como José e Leonardo, foi a reafirmação de uma missão. E para colaboradores como Adriano, a chance de contribuir com algo que ultrapassa os limites da própria organização.

Quem quiser conhecer melhor o movimento e se tornar um DeMolay no Paraná pode acessar o site oficial: https://demolayparana.org.br/.

“Visite o site do GCE Paraná, entre em contato com um capítulo local e venha fazer parte dessa história”, convida José Garaluz.

4 Comments


ASTORI
ASTORI
Jun 16

São jovens de moral inabalável que conseguem trilhar o caminho pela Cavalaria. Parabéns pelo reconhecimento deferido e pela reportagem que com certeza ilumina o conhecimento de todos!!!!

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Parabéns pelo Texto meu nobre muito bom.

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parabéns pelo texto!

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Muito interessante, ainda não conhecia sobre

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Produzido pelos acadêmicos do 5º período do curso de Jornalismo do Centro Universitário FAG, na disciplina de Webjornalismo, sob orientação do professor Alcemar Araújo.

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