Desafios que permeiam as estações
- Halis Novak
- há 3 dias
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Atualizado: há 2 dias
Diante da mudança climática, Cláudia não deixa de lado a corrida - esporte que a cativou e inspira

As folhas começam a cair. A paisagem muda de cor. O verde vibrante das árvores dá lugar ao amarelo queimado – chegou o outono. A estação mais seca do ano traz consigo o alívio das altas temperaturas: a primeira frente fria. O sol ardente do verão, que se despediu pela última vez em 19 de março, agora nasce tímido, às seis da manhã do vigésimo dia do mês. A rotina muda também – especialmente para quem não para em nenhuma estação.
Há quem diga que os dias frios afastam as pessoas das atividades físicas. Mas, para a corredora amadora Cláudia Neis, que não abre mão da corridinha diária, o clima ameno é o seu preferido para a prática esportiva. A pressão arterial baixa, que costuma incomodar nos dias quentes, agradece a brisa fresca – e ela também. Enquanto o calor exige hidratação redobrada, atenção à alimentação e uma força quase hercúlea para vencer o cansaço, o frio só cobra coragem para sair da cama. Depois disso, tudo flui.
Para ela, a corrida, que começou apenas como uma atividade física, tornou-se terapia. Após a pandemia, o corpo de Cláudia estava habituado a hábitos sedentários: ganho de peso, má alimentação, músculos enfraquecidos. Quando retomou o hábito, por incentivo de uma amiga, nunca mais parou. Encontrou na corrida o descanso para os dias cheios. Em alguns momentos, deixa até o fone em casa – e a corrida vira mais do que movimento: vira escuta. Vira encontro com aquilo que o barulho da rotina tenta calar.
Correr no outono, para muitos, pode parecer como entrar em um rio gelado: o corpo reclama no início, o pulmão contrai, o nariz escorre, os dedos congelam. Mas depois o corpo se adapta e então… vem o silêncio. Um silêncio bom, que só quem vivencia uma das maravilhas da corrida é capaz de compreender.
Verão e primavera têm suas belezas, cheiros e cores únicas. Mas contemplar a paisagem não basta para vencer uma maratona. No calor, Cláudia reduz o ritmo: começa animada, mas o suor chega antes do esforço. Cada passo exige mais. O relógio de pulso dá mais voltas até o quilômetro final, e o que a mantém firme é a linha de chegada – onde a filha a espera, ansiosa.
Como quem nunca desiste, Cláudia corre. Porque não dá para esperar o clima perfeito para seguir em frente. Entre dias abafados, tardes frescas e madrugadas frias, ela se adapta. Vai cedo, antes da filha acordar. Vai à tarde, depois do expediente. Vai porque precisa. Vai porque quer. Vai porque aprendeu que a gente continua – mesmo quando nem tudo colabora.
Mas, se puder escolher, nas corridas mais desafiadoras, ela prefere o vento gelado no rosto, o casaco amarrotado saindo do guarda-roupa. E, se vier chuva, melhor ainda – o desafio está completo:
“Eu amo a chuva, apesar de ela trazer algumas dificuldades, como buracos no asfalto que ficam encobertos pela água, se for uma chuva torrencial. Mas a sensação de correr na chuva, para mim, é de liberdade e conquista”, descreve a atleta amadora.
Quanto maior o desafio, mais gratificante será a vitória. Que venham as próximas estações.

Que texto gostoso de ler, Hallis. História inspiradora da Cláudia.
Que lindo Hallis!
bela história contando um pouco sobre a trajetoria da Cláudia meus parabéns pelo texto Halis.
Muito bom!
Muito bom!
Parabéns 👏🏼👏🏼
Além de me inspirar a praticar atividades físicas com essa bela história, me deixa orgulhoso em ter você na minha vida, minha linda e inteligente mulher ❤️.