Manuela Biscaglia Nunes

Com apenas 17 anos, em um piscar de olhos, me vi dentro de um carro, atravessando dois estados para chegar ao Paraná. Despedir-me do Rio Grande do Sul foi um desafio, com um grande aperto no peito e a sensação de não estar pronta para encarar a nova fase. 

Aprendi, ali, que a vida não espera por você; ela simplesmente acontece, esteja você preparado ou não. E, ah, como ela foi generosa comigo! Claro que, na época, eu estava cega de saudade e medo, mas, quatro anos depois, não poderia ser ingrata a ponto de redecorar meu passado. 

Na ânsia de querer pertencer ao mundo, me encontrei nas letras e histórias dos outros. Contraditório, não?! Para que minha trajetória fizesse sentido, eu precisava contar a história de terceiros. O jornalismo abriu portas, se tornou um lar e, hoje, é meu motivo para seguir em frente.