Uma crônica de amor, envolvida ao som de “Pensando em Você”, de Paulinho Moska. Escrito por Filipe Vazquez
Quando percebi, eu já pensava nela a cada toque do relógio. As conversas banais ganharam outro significado e qualquer desculpa era boa para ouvir a sua voz. Me peguei sorrindo sozinho ao lembrar de nossos encontros. Os dias ficaram mais leves, como se a novidade fizesse parte da minha rotina.
Naquela noite, estávamos conversando, como sempre. Falávamos sobre o dia, os pequenos acontecimentos, as coisas que nos faziam rir. Mas sentia que já havíamos falado tudo o que tinha para ser dito. Sentia que qualquer palavra que eu soltasse ali seria em vão. Como se eu estivesse procurando algo que não pertencia ao meu vocabulário.
Minhas mãos suavam feito gelo à luz do Sol. Meu coração pulsava como um relógio desregulado. Minha mente estava prestes a explodir. Então eu tomei coragem e…
Ela tomou a palavra. Ou pelo menos tentou, mas foi impedida pelos próprios pensamentos.
— Eu ia dizer algo, mas não é nada lógico... — Disse ela, ficando cada vez mais semelhante ao desenho de uma maçã.
Notei que estávamos falando a mesma língua. Não só isso. Estávamos sentindo a mesma chuva e o mesmo verão. O mesmo perfume e as mesmas manhãs. Eu tinha que cuspir para fora, antes que esquecesse.
— Acho que eu também. — Respondi.
— Também o que? — Perguntou ela.
— Nunca gostei de banalizar meus sentimentos e talvez o que direi ainda não seja o correto, mas se for errado, eu quero estar completamente fora da razão. Eu te amo.
Engoli seco.
Por longos 30 segundos, não foi dito sequer uma palavra. O grito do silêncio é ensurdecedor.
Ela sorriu. Logo ficou séria. Olhou em meus olhos e retribuiu.
"Eu andei pensando sobre isso há um bom tempo, mas nunca tive coragem. Acho que depois de ouvir você falar, senti que também quero estar errada. Eu te amo".
Naquele instante, tudo fez sentido. Não era preciso nenhuma palavra a mais. O espaço vazio preenchido por alguém já bastava.
Percebi que a felicidade verdadeira não está nos grandes eventos, mas nas pequenas coisas. Nas conversas rotineiras, nos olhares fixos, nas mãos entrelaçadas. E naquele momento, eu soube que minha vida havia mudado mais uma vez. Que havia ganhado uma nova cor, um novo sabor.
Para nós, amar nunca foi apenas um verbo. Em nosso caso, amar é pensar e nunca mais esquecer. Por isso, “Loirinha” — como a chamo —, fico pensando em você todos os dias, pois tive o prazer de experimentar como é não me sentir só.
Um texto íntimo e muito sensível, Filipe! Acho incrível como as palavras têm o poder de traduzir sentimentos e descrever aquilo que há dentro de cada um.
Que coisa mais lindaaa! Filipinho e “Loirinha”, vocês já podem ser protagonistas de um filme de romance soft. Amei! E que texto!
Ah, a crônica, essa encantadora expressão do amor em palavras que dançam entre os momentos cotidianos e as emoções mais profundas. É como se cada linha fosse um convite para mergulhar na essência do sentimento humano mais belo.
Um mundo azul para nós, Loirinha!