Se todos são capazes de produzir informações, qual é o papel dos jornalistas?
Com um simples toque, somos capazes de compartilhar textos, fotos, vídeos e uma infinidade de conteúdos. Em decorrência da modernização presenciada nos últimos anos, o acesso à informação foi facilitado. Hoje, todos os usuários da Internet podem consumir notícias, bem como são capazes de produzir e distribuir informações, caracterizando o conceito de “prossumidores”, criado pelo sociólogo Manuel Castells. Nessa perspectiva, o status de consumidor e produtor de conteúdo coloca em xeque a atuação do jornalista, enquanto agente comprometido com a ética e com a verdade.
A propagação de informações distorcidas ou distantes da realidade remonta a história dos seres humanos. O problema enfrentado, atualmente, é a rapidez e a proporção das consequências resultantes da disseminação de boatos. Além disso, cada vez mais, as pessoas estão propensas a não confirmarem fontes e a veracidade dos fatos, corroborando para um ecossistema frágil, principalmente, no que tange a Comunicação.
Mas, se todos são capazes de produzir e distribuir informações, qual é o papel social do jornalista?
Em meio às comparações entre as práticas dos “fofoqueiros” e as atividades do jornalista, os profissionais precisam se reafirmar perante a sociedade. Nesse contexto, o Jornalismo atua com a responsabilidade de informar e promover debates de relevância social, colaborando para que o cidadão torne-se consciente sobre a realidade a qual se insere. Dessa maneira, o jornalista é peça fundamental no exercício da cidadania, uma vez que possui relação direta com a democracia.
Sem dúvidas, o que diferencia o jornalista do chamado “prossumidor” é a técnica jornalística. Em sua essência, o profissional tem a função de noticiar. Para isso, é preciso apurar e checar a veracidade das informações. Nesse sentido, a qualidade do trabalho se expressa na apresentação de provas e na pluralidade de fontes, construindo uma narrativa sob a luz dos fatos. Dessa forma, o leitor torna-se capaz de criar suas próprias conclusões e opiniões.
No entanto, tal como mencionado anteriormente, a atuação plena do profissional é desafiada com a rapidez da disseminação de desinformação, resultado da era digital. Em paralelo ao conceito da Modernidade Líquida, desenvolvido pelo sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos uma inconsistência constante, pois, o que era ontem, hoje não é mais. Essa reflexão é diretamente atrelada ao papel do jornalista, que se reinventa diariamente.
Assim, a resiliência tornou-se pré-requisito para a profissão, visto que a atividade jornalística presencia constantes transformações em seu modo de atuação. Indubitavelmente, o maior desafio enfrentado pelos jornalistas é a construção da sua credibilidade, em meio à banalização de quem produz e dissemina a informação. Portanto, é sempre bom reforçar que: jornalistas, sim; fofoqueiros, não!
Parabéns Rubia, tema muito importante!!
Parabéns Rúbia, muito bom 👏👏👏
Amo o jeito que a Rubia escreve. As leitura flui enquanto nos faz refletir de forma leve e, ao mesmo tempo, impactante. Parabéns pelo artigo sensacional!
Tema muito importante!!
Parabéns, Rubia. Texto potente e necessário, que destaca de forma eloquente o papel fundamental do Jornalismo em nossa sociedade. Ao abordar questões urgentes, como a disseminação de informações distorcidas e a necessidade de distinguir entre jornalistas e "prossumidores", vocês nos convida a refletir sobre os desafios enfrentados pelos profissionais da área. Sua análise perspicaz e sua defesa apaixonada da credibilidade jornalística ressaltam a importância de um jornalismo responsável e ético. É um texto que inspira e instiga à ação, lembrando-nos da relevância contínua do Jornalismo na promoção da verdade e na manutenção da democracia.